Pontos Colaterais – Coleção Arte Contemporânea Arquipélago, uma seleção

Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas

22 Maio

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A exposição pública da Colecção de arte contemporânea Arquipélago tem lugar no novo espaço vocacionado para as práticas artísticas denominado “Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas”. Num sentido mais amplo, a colecção internacional e o seu espaço de acondicionamento e exposição, constituem um importante instrumento cultural para mapear modos de produção em constante transformação num universo de referências que se reconhece cada vez mais inclusivo. Assim, esse espaço polivalente é um “contentor” disponível para acolher a pluralidade de vocabulários artísticos e de processos culturais, que atravessam diversos quadrantes geográficos e socio-políticos, no reconhecimento da estratificação que todas as culturas convocam, sem perder de vista a tradição e a comunidade onde este projecto se inscreve.

A exposição da colecção, sob o título Pontos Colaterais, é uma abordagem ao acervo reunido durante os últimos anos que acompanharam a conclusão do Centro de Artes, sob uma perspectiva que elegeu a diversidade disciplinar e a qualidade do trabalho dos artistas, tendo em conta a internacionalização da arte contemporânea portuguesa num âmbito mais amplo que integrou artistas de outras coordenadas culturais e geográficas.

A escolha das obras, que não pretende ser abrangente, constituiu um desafio que me permitiu cruzar temas e linguagens artísticas relevantes no primeiro quartel deste século, tentando estabelecer um diálogo entre criadores contemporâneos que se encontram entre o norte e o sul do Atlântico.

Independentemente da centralidade geográfica que as ilhas dos Açores significam, é nas propostas artísticas que podemos reconhecer a cultura e a diáspora açoriana na correspondência com outras culturas e outras derivas que, reflectindo na sua obra os seus traços de origem, projectam no Arquipélago a capacidade de reflectir e de partilhar com a comunidade perspectivas diversas na criação contemporânea.

Os artistas escolhidos a partir do núcleo da colecção são: ANA VIEIRA, ANDRÉ LARANJINHA, BRUNO PACHECO, CATARINA BOTELHO, CATARINA BRANCO, CHRISTIAN HOLSTAD, DANIEL OLIVEIRA, EDUARDO SARABIA, FILIPA CÉSAR, GABRIELA ALBERGARIA, GIL HEITOR CORTESÃO, JOÃO ONOFRE, JOÃO PEDRO VALE, JOÃO QUEIROZ, JOSÉ LOUREIRO, JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO, JOSÉ NUNO DA CÂMARA PEREIRA, LAWRENCE LEMAOANA, LUÍSA JACINTO, MARIA ANA SIMÕES, MARIA JOSÉ CAVACO, NICOLAS ROBBIO, NUNO SOUSA VIEIRA, PEDRO BARATEIRO, PEDRO VALDEZ CARDOSO, RICARDO VALENTIM, ROBIN RHODE, RUI CALÇADA BASTOS, RUI CHAFES, RUI MOREIRA, SAïDOU DICKO, SANDRA ROCHA, SOFIA DE MEDEIROS, URBANO, VIEIRA PEREIRA, e uma obra que complementa esta escolha da autoria de FILIPE FRANCO, generosamente cedida pelo Museu Carlos Machado.

A exposição desdobra-se também, em estreita colaboração com as instituições culturais do arquipélago do Açores, entre elas: Museu de Angra do Heroísmo, Museu Carlos Machado, Museu das Flores, Museu Francisco de Lacerda, Museu da Graciosa, Museu da Horta e Museu do Pico. Pela presença de artefactos, obras de arte e documentos fotográficos relacionados com o culto do Espírito Santo que encontra ecos na espiritualidade e simbologia de algumas obras dos artistas expostos. E constitui um elo de coesão da comunidade açoriana, em qualquer coordenada em que a sua identidade se afirme.

Pontos Colaterais assume-se como um primeiro olhar, em que se cruzam diferentes linhas de trabalho, sem ficar refém de técnicas, meios ou referências culturais. Antes porém, é um desafio que se propõe activar o imaginário dos visitantes e um diálogo com os artistas num campo de possibilidades entre culturas do mundo que o Arquipélago e a sua colecção agora iniciam.

João Silvério