O Centro

O projeto de requalificação e refuncionalização do edifício pré-existente foi concebido por uma equipa multidisciplinar tendo como arquitetos responsáveis Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes, do Consórcio Menos é Mais Arquitetos Associados, Lda,, e João Mendes Ribeiro (João Mendes Ribeiro Arquiteto, Lda.), trabalho que foi reconhecido internacionalmente ao integrar a lista dos 40 nomeados para o prémio Mies van der Rohe 2015.

 

Reservas

Edifício com linguagem abstrata de função escultórica/poética, que faz a ligação visual entre o preexistente (fábrica e envolvente) com a nova função programática mais complexa de um centro de artes contemporâneas.

A ligação ao piso 0 deste edifício é feita através do edifício expositivo, onde funcionam as reservas e os espaços técnicos necessários a este tipo de função

As reservas apresentam uma tipologia espacial que responde às solicitações de reconversão e flexibilidade para dar resposta às diferentes necessidades do acervo a constituir, seja de diferentes escalas como de materiais (papel, tecido, tela, metais, madeira, vídeo, etc.).

 

Residências Artísticas

Edifício preexistente que faz ligação entre as reservas e o Edifício Expositivo, onde foi aproveitado o seu espaço amplo e pé direito elevado ao atual conceito de espaço experimental para produção artística, sublinhado pelas residências artísticas, que exige a criação de condições espaciais, funcionais e técnicas que permitam aos artistas (nas suas múltiplas facetas) uma apropriação do edifício.

Este espaço é uma espécie de antecâmara de entrada, de modo a que o público possa interagir com o processo criativo, e antever as atividades que poderá proporcionar o centro.

 

Edifício Expositivo

No seguimento do espaço público temos acesso à receção do ARQUIPÉLAGO colocada no corpo central do edifício preexistente, de forma a funcionar como rótula de percursos e funções. Os espaços expositivos estão distribuídos pelo piso térreo e cave, criando um corredor técnico que permite ligar diferentes ambientes e funcionalidades, existindo uma circulação entre espaços para público e espaços de serviço, de modo a haver uma continuidade entre percursos e funções. Neste edifício as funções estão divididas por pisos, estando os espaços expositivos na cave e no piso térreo. No piso 1 encontra-se a biblioteca e serviço educativo, de forma a funcionar autonomamente do espaço expositivo, mas com ligação à receção. No piso 2, funcionam os serviços administrativos e bar, com ligação ao corpo técnico vertical exterior para circulação garantindo facilidade e autonomia funcional.

 

Black Box

Este edifício é constituído por dois núcleos, sendo o principal com localização central, a sala multiusos (espaço polivalente) e espaço dedicado aos artistas (camarins), a sul os laboratórios para técnicas limpas, digitais, informática e estúdio de som/audiovisual.

Este espaço apresenta uma tipologia onde não existe a fronteira entre o espetador e o artista, colocando-os no mesmo espaço, como resposta à polivalência que as artes performativas hoje exigem. Baseia-se no modelo do teatro da Companhia de Teatro Schaubühne em Berlim, pelas possibilidades de transformação de uma sala de cena integral, e no Teatro Oficina de Lina Bo Bardi em São Paulo, pela ideia do “teatro rua” e as possibilidades de relação com o espaço público. Este é um espaço modulável, que se adapta em função de cada espetáculo, através da combinação e adição de equipamentos móveis localizados no chão e no teto com possibilidade de montagem e desmontagens fáceis.