East Atlantic
Walk&Talk
Miguel C. Tavares e José Alberto Gomes
7 jul 2019 // 19h00EAST ATLANTIC
Miguel C. Tavares e José Alberto Gomes
Concerto
No âmbito do Circuito Performativo do WALK&TALK Festival de Artes 2019
7 jul 2019
19h00
Blackbox
“Enquanto a gente vê terra, não tira os olhos — não pode — dum resto de areal, dum ponto violeta que desmaia e acaba por desaparecer na crista duma vaga. Um ponto e acabou o mundo. O nosso mundo agora é outro.” (Raúl Brandão, As Ilhas Desconhecidas).
Inspirados pela viagem de Raúl Brandão ao arquipélago açoriano em 1924, Miguel C. Tavares e José Alberto Gomes viajaram durante 10 dias a bordo do navio de carga “Corvo”, partindo de Lisboa e passando pelas ilhas de São Miguel, Faial, Terceira, Flores e Pico.
Com “East Atlantic” apresentam a criação de uma peça audiovisual em formato filme-concerto que traduz esse imaginário em imagens e sons, tendo como temática o arquipélago açoriano e a sua condição insular. Num espaço híbrido entre o documentário e o objeto artístico, o trabalho explora e representa o carácter dicotómico insular, tanto sedutor e atraente como prisioneiro e claustrofóbico.
Com estreia absoluta para o Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas, o espetáculo será marcado, tanto a nível sonoro como visual, por uma forte componente performativa, tirando partida das potencialidades espaciais da Blackbox, num ambiente imersivo, incerto e abstrato.
Miguel C. Tavares
Trabalha como cineasta independente depois de ter estudado arquitetura na FAUP. Foi bolseiro da FCT no projeto de investigação “Ruptura Silenciosa”. Entre os trabalhos realizados destacam-se a série Specific Atmosphere (Portugal, 2016-17), uma coleção de vídeos para a exposição Habitar Portugal 12-14, as curtas-metragens In Between (Hong Kong, 2017), Become Ocean (Açores, 2017) e Cloud Tryptic (2017, melhor filme de marca no Fashion Film Festival); Juntamente com Ana Resende e Tiago Costa, iniciou uma série de filmes que exploram construções visuais através de obras arquitetónicas. Os seus projetos mais recentes são A Construção da Villa Além (em colaboração com Rui Manuel Vieira), um filme que acompanha a construção de uma casa pelo arquiteto suíço Valerio Olgiati num local remoto da costa alentejana (estreia mundial no Festival Internacional de Cinema IndieLisboa de 2017); e Afastado de Quem Fala (Açores, 2017), um filme especialmente dirigido para o site pico.house e destinado a ser exibido no formato de instalação. Em 2018 participou com uma performance inédita de live video no espetáculo At The Still Point of The Turning World (Joana Gama + Luís Fernandes + Ensemble) que integrou a secção Stereo do 26o Curtas Vila do Conde. Juntamente com um grupo de músicos nacionais e internacionais, esteve em residência artística no Porta Jazz / Guimarães Jazz 2018 que culminou com a apresentação ao vivo do espetáculo “Branco”.
Tem desenvolvido colaborações com diferentes artistas e disciplinas nomeadamente com Nuno Pimenta (artista), José Alberto Gomes/Blackoyote (compositor/músico), Sonoscopia (Associação Cultural — Música Experimental), Carla Pontes (Fashion Designer), Joana Gama e Luís Fernandes (músicos), Nome Próprio (performance e teatro), Ordem dos Arquitetos e OJM (Orquestra de Jazz de Matosinhos), Nowness e Canal180.
José Alberto Gomes
José Alberto Gomes é um músico, artista sonoro e curador do Porto.
Licenciado em Composição, criou laços muito fortes com as novas possibilidades tecnológicas musicais e o papel da música no teatro, cinema, instalações e electrónica na improvisação, tendo especial interesse em procurar novas formas e novos “lugares“ musicais.
Doutorado em Computer Music pela Universidade Católica Portuguesa, é também docente no curso de Composição na ESMAE-IPP, no Mestrado em Engenharia em Desenvolvimento em Jogos Digitais – IPCA e no Doutoramento de Media e Arte Digital na Universidade Aberta.
Atualmente é curador do projeto Digitópia (plataforma de música digital sediada na Casa da Música, no Porto).