Performance
TRÓTTU

10 fev | 17h30

TRÓTTU

Performance multimédia de Crippled Symmetry de Morton Feldman com vídeo original de Sofi Hémon

Alessandra Giura Longo – flauta e flauta baixo

Francesco Ciminiello – vibrafone e glockenspiel

Sílvia Corda – piano e celesta

10 fev 2019

17h30

Blackbox

Ingresso: 5 €

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A palavra “Tróttu” na língua da ilha italiana da Sardenha significa “torto, assimétrico, coxo”.

Tróttu é um projeto de vídeo e música de Sofi Hémon e  Alessandra Giura Longo que mistura o mundo tradicional com o mundo contemporâneo. Seguindo o fio da arte e da música contemporânea e a tradição da tecelagem, juntando a paixão comum pela música do compositor americano Morton Feldman com a tradição têxtil da Sardenha, as duas artistas criam uma performance musical e visual única baseada na obra de Feldman, Crippled Symmetry.

Composta em 1983, é uma obra para flauta/flauta baixo, vibrafone/glockenspiel e piano/celesta, inspirada nos padrões dos tapetes feitos à mão pelas tribos nómadas da Anatólia. Feldman muito escreveu acerca do fascínio que lhe inspirava a simetria assimétrica observada na manufatura dos tapetes, remarcando que eles “nunca são desenhados de forma mecânica, como eu esperava, mas idiomática”. Ele sabia intuitivamente que o conceito de simetria assimétrica seria o melhor molde para o seu material musical, uma vez que ele não fica sujeito aos limites de um sistema. Ele adotou este conceito para embarcar na sua pesquisa pessoal pelo “lugar metafísico que está em todos nós”.

Depois de uma viagem à Sardenha, ajudadas por alguns antropólogos, historiadores da tecelagem tradicional e tecedores, Sofi Hémon e Alessandra Giura Longo formularam a hipótese de uma semelhança entre os padrões dos tapetes da Anatólia e da Sardenha. A artista Sofi Hémon criou um vídeo baseado nas imagens desses padrões, concebendo a montagem como uma partitura, combinando fios e linhas musicais como num trabalho de tecelagem. O movimento das imagens ocupa o movimento sonoro imaginado por Feldman, trabalhando em décalage, segundo o mesmo princípio de simetria cortada.

Neste contexto, a cor e a luz criam um espaço contemplativo compartilhado pelo som e pela imagem.

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ALESSANDRA GIURA LONGO

Flautista, cantora e intérprete de teatro musical contemporâneo viveu, estudou e trabalhou em Matera, onde nasceu, em Bolonha, em Ponta Delgada (Açores, Portugal), em Messina e vive agora entre Cagliari, onde leciona Música de Câmara no Conservatório, e Paris. No seu caminho para entender e amar sons e músicas, ela conheceu e escolheu os Mestres Marianne Eckstein, Michele Lomuto, Hansjorg Schellenberger, Auréle Nicolet, Vinko Globokar, Georges Aperghis e Yva Barthélémy.

Tem várias experiências musicais como solista, em orquestras e em grupos de câmara, explorando as possibilidades expressivas e criativas de fazer música em todas as direções, com um repertório que vai desde a idade media aos dias atuais, favorecendo a interpretação e reflexão sobre a música contemporânea e improvisação.

Participa na criação de várias apresentações de dança contemporânea e teatro, como músico, atriz e também escritora.

FRANCESCO CIMINIELLO

Percussionista, nasceu em Cagliari, onde completou os seus estudos musicais no Conservatório “G.P. da Palestrina”. Vencedor da bolsa da Região Autónoma da Sardenha, estudou em França com Gaston Sylvestre e François Bedel no CNR de Rueil-Malmaison em Paris, onde obteve o Primeiro Prémio e a Medalha de Ouro no curso Avançado, a Excelência como percussionista solista e a Medalha de Ouro para o curso Superior de Música de Câmara.

Frequentou as masterclasses dos mestres P. Erskine, F. Rivalland, G.Sylvestre, F.Bedel, David Cossin, S.Shick, P. Sadlo e T.Ondrusek.

SILVIA CORDA

Silvia Corda é pianista, compositora e professora de piano. Interessada principalmente no Jazz, música contemporânea, música improvisada e também em projetos multimédia envolvendo artes cénicas, dança contemporânea, vídeo, cinema, teatro. É também pianista de Toy Piano, realizando composições e improvisações das suas obras, e também de obras de John Cage, Matthew McConnell, Karllein Essl, Vanessa Lann.

SOFI HÉMON

Os interesses de Sofi Hémon apresentam-se de variadas formas. O seu campo de pesquisa expande-se em torno de um objeto flexível, alimentado por períodos de trabalho em andamento e morfogénese. Privilegia perceções visuais, como sensações de cores deslumbrantes e aparências fugazes. Correlacionando formas híbridas, Hémon desenvolve diagramas arcaicos que dão uma estrutura a cada um de seus trabalhos. A artista monta um arquivo de desenhos e fotografias, “meteoritos arquivísticos”, fermentando-os e reativando-os como um composto de memórias que lhe permitem pensar no trabalho como o embrião de um objeto que é mais vasto. Desenvolve qualidades observacionais (sem ação) e de colheita (ação performativa) para explorar a fluidez (fluxlines) associadas a perceções cromáticas e poderes dinâmicos. Como artista gráfica, estudou na École des Arts Appliqués (ENSAA) em têxteis, e na Escola Nacional de Belas Artes de Paris (ENSBA) em Pintura, e Litografia e Gravura nos Ateliês da Cidade de Paris. Tem o seu estúdio em Morangis, França.

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A produção do vídeo e da performance foram financiados com um crowdfounding na plataforma kisskissbankbank. Agradecimentos a:

Aurelio Alaimo, Angela Albanese, Elisabetta Andreani, Mario Armellini, Bernard Astié, Xavier Auffray, André Avril, Stefano Bassanese, Il Cantiere dell’InCanto, Claudio Berillo, Christiane Boischot et Martine Ormaecha, Emmanuelle Bouyer, Muriel Caron, Christine Choffey, Patrick Chouissa, Laura Congia, Eliana Corazza, Silvana Cossu, Coralie Couvret, Carlo De Ceglie, Isabelle Delatouche, Monique Doucet, Catherine Ejarque, Filomena Forleo, Cathy Foures, Angelica Giura Longo, Mariella Giura Longo, Piero Giura Longo, Eva Gollova Hémon, Fabia Hacine-Gherbi, Tom Johnson, Frieda Jürgens, Anthony Klinger, Giovanna La Maestra, Jun Li, Sandra Li, Vincent Li, Dario Lo Cicero, Valerio Macchiarella, Sergio Mazzei, Mauro Medda, Paola Meloni, Angela Miele, Santi Minasi, Caterina Mureddu, Maria Teresa Oliveira Rodrigues, Nino Paternoster, Martin Pavelka, Catherine Peillon, Clotilde Perreve, Teresa Poester, Massimo Privitera, Cenzina Pupolizio, Laura Quattrini, Catherine Radosa, Maria Luisa Scandiffio, Candy Smith, Clelia Sedda, Ricardo Manuel da Silva, Marta Taller, Silvia Tarozzi, António Teves, Aldo Urgo, Marco Veloce, Maria Paola Viano, Deborah Walker

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