Exposição “Um horizonte de proximidades: Uma topologia a partir da Coleção António Cachola”

Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas

16 de outubro

Começada na primeira metade da década de 1990, a Coleção António Cachola tem vindo a constituir-se como a mais ampla, diversificada e consistente coleção privada de arte contemporânea em Portugal, sendo reconhecida como um repositório essencial para quem quiser discernir as tendências e as transformações artísticas que ocorreram em Portugal desde os anos de 1980, sintomaticamente, um período que marca também o início de uma nova etapa – política, económica, institucional e cultural – da história recente do nosso país.

Com o título Um horizonte de proximidades. Uma topologia a partir da Coleção António Cachola a mostra estrutura-se numa sequência de segmentos expositivos que visam explorar as articulações entre as diferentes obras e as circunstâncias arquitetónicas e simbólicas dos espaços expositivos do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas. Dispensando uma organização por critérios cronológicos, por disciplinas artísticas ou por núcleos de obras de um mesmo artista, Um horizonte de proximidades propõe um percurso expositivo por várias zonas temáticas: as

questões em torno da (re)construção e da arquitetura, do vernáculo e da memória; o corpo e os gestos, as problemáticas da identidade e as dinâmicas relacionais; a noção de lugar, território e paisagem. Todas estas zonas são pensadas como contextos especulares e experienciais destinados a potenciar os pontos de convergência e de remissão, de cruzamento e de intuição entre objetos díspares.

Esta é a mais vasta exposição (em número de artistas, volume de obras e área expositiva) da Coleção António Cachola realizada até hoje. Nela se incluem uma parte significativa dos artistas que se destacaram nos anos de 1980 até às gerações mais recentes, designadamente artistas nascidos depois da Revolução de 1974, permitindo, deste modo, configurar um espectro alargado de géneros e atitudes conceptuais, dispositivos artísticos e inclinações discursivas e estéticas, em suma, uma amplitude e diversidade que de algum modo acompanha o carácter heterogéneo e transversal que distingue o atual panorama das práticas artísticas em Portugal.

Sérgio Mah