OS REFUGIANTES
Rui Caria

Exposição de Fotografia

22 set a 28 out

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

“OS REFUGIANTES”

Rui Caria

22 set a 28 out 2018

A 22 de setembro, o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas acolhe a exposição de fotografia de Rui Caria: “Os Refugiantes”. A partir das 14h00, o fotógrafo irá realizar uma Conversa na Blackbox, seguindo-se a inauguração da Exposição no piso 1 da Loja ARQUIPÉLAGO, às 17h00.

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SINOPSE

A palavra não existe ainda, porém, talvez possamos começar a pensar numa palavra nova que defina os incertos à deriva.
Andam todos no mesmo mar. Todos navegam no mesmo tipo de barco. Todos andam à procura de uma vida melhor. Todos fogem de algo.
São refugiados ou migrantes ilegais? O conceito começa a diluir-se nas águas do mediterrâneo central quando aparecem em pequenos barcos de madeira improvisados, com pouca comida, pouca água, pouca sorte e muita esperança.
“Lampedusa, Lampedusa!” Gritam o nome duma ilha que não sabem muito bem em que rumo está.

O mar, visto do mar, é imenso e este Mediterrâneo, por vezes é tão calmo que a linha do horizonte deixa misturar o céu e o mar, fundindo-se o mundo à nossa frente num pano azul sem fim. São 360 graus de azul e nada.
Muitos barcos são avistados pelo pessoal de vigia na ponte, mas muitos dos sinais vêm do alto, enviados pelo avião que ajuda na detecção destas pequenas embarcações.
As coordenadas recebidas são processadas pelo sistema do navio militar e toma-se o rumo até ao encontro dos pequenos barcos. A alguns, demora mais de um dia a chegar, mas chega-se sempre. A intercepção é feita, invariavelmente, de forma cirúrgica.
São sempre momentos de tensão; não se trata de pessoas que queiram ajuda, quase todos preferiam chegar a terras italianas pelos seus meios. A comunicação entre as autoridades do navio e aquelas pessoas, é sempre isenta de tecnologia, grita-se do navio para um barco; pergunta-se se querem vir a bordo. A resposta é sempre “LAMPEDUSA, LAMPEDUSA”. Fingem não saber falar língua nenhuma além da nativa. Chega a demorar horas, muitas horas, esta negociação e acompanhamento. Nada pode ser feito em águas internacionais. Não havendo ofensiva por parte daqueles navegantes, os militares escoltam-nos até ao limite das águas territoriais italianas para poderem tomar uma acção de força ou de salvamento.

Desde o dia 9 de Outubro, até ao dia 9 de Novembro de 2017, o navio Patrulha Oceânico Viana do Castelo, da Marinha Portuguesa, foi empenhado na missão Triton da Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira – FRONTEX, para controlo, vigilância e combate ao crime transfronteiriço.
Durante um mês este navio militar patrulhou o mar Mediterrâneo. Foram mais de meio milhar de horas que demorou a percorrer as 5000 milhas náuticas na área de operações entre Lampedusa e a Tunísia, em busca destas pessoas que se fazem ao mar quase sempre de madrugada e navegam durante horas, se tiverem a ventura de acertar no rumo, ou dias, se perderem o norte.
Desde o início do ano de 2017, mais de 100 mil migrantes foram resgatados e entregues às autoridades europeias.
A agência Frontex confirma um número de mortes que excede os 240, nesse ano.

Rui Caria

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NOTA BIOGRÁFICA

Rui Caria nasceu na Nazaré em 1972. O seu percurso profissional na área da imagem começou em 1990, realizando pequenos filmes comerciais. Em 1993, tornou-se correspondente da TVI, onde permaneceu como repórter e editor de imagem até 2003. Em 2005, mudou-se para a Ilha Terceira nos Açores. É formador certificado na área da multimédia. É repórter e editor de imagem correspondente nos Açores para a SIC, desde 2006. Colabora como fotojornalista com alguns jornais nacionais e internacionais. O seu trabalho fotográfico é internacionalmente reconhecido pelos editores de importantes sítios de fotografia, como a National Geographic, 500px, 1x, Leica Fotografie International e Getty Images. Entre outros sítios de internet e revistas da especialidade, foi entrevistado pela National Geographic. Vencedor e finalista de diversos concursos internacionais, as suas fotos estão publicadas em diversos livros internacionais de fotografia. Tem diversas fotos publicadas na imprensa nacional e internacional. Em 2016, foi câmara de prata da Federação Europeia de Fotógrafos na categoria de fotojornalismo na competição de fotógrafo europeu do ano de 2016.

Fotografia de destaque: ©Rui Caria

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