MEDEIA
RESIDÊNCIA
ARTÍSTICA
ANTESTREIA

Companhia João Garcia Miguel

11 a 18 de fevereiro | Residência Artística
17 de fevereiro | Antestreia - 21h30

MEDEIA

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA | 11 a 18 fevereiro

ANTESTREIA | 17 de fevereiro 

21h30 | Blackbox

1h30′

Entrada Gratuita (lotação limitada)

Maiores de 12 anos

SINOPSE

Uma primeira ideia que se destaca desta peça é a sua relação entre o passado e o futuro. Esta obra mantém uma atualidade e pertinência que permite refletir sobre a diminuição do poder simbólico no mundo contemporâneo. O texto de Eurípides levanta possibilidades de abordagens múltiplas. Propõe questões sobre o papel do feminino na redefinição do tecido político e social. Propõe questões sobre as transformações das relações interpessoais. Propõe questões sobre a emigração e o estatuto de refugiado que, chegado a um mundo novo e diferente, tudo faz para se adaptar às regras e exigências que lhe são impostas com consequências, por vezes, inimagináveis. Por último, levanta uma questão central sobre os protagonistas da História e a vida dos indivíduos. São estes os pontos que nos irão conduzir na abordagem desta obra em busca das sombras que nos moldam o ser. Correndo contra o tempo, acreditamos estar a fazer um outro tempo.

Acordo com frequência à noite com suores frios a pensar que me tornei banal, que tudo na minha vida vai bem demais para mim, que vou morrer por debaixo de um cobertor grosso, que deixei de ser um inovador.”

Vsevolod Meyerhold, 1937

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Texto | Francisco Luís Parreira

Direção e Espaço Cénico | João Garcia Miguel

Música | Mário Laginha

Interpretação | David Pereira Bastos e Sara Ribeiro

Figurinos | Rute Osório de Castro

Assistência à Encenação | Rita Costa

Desenho de Luz | João Garcia Miguel e João Chicó / Contrapeso

Operação de Som | Jorge Cera

Apoio Técnico | AUDEX

Direção de Projetos | Tiago da Camara Pereira

Produção Executiva | Rita Prata

Fotografia, Vídeo e Design Gráfico | Susana Chicó

Consultoria de Imagem e Comunicação | Alcina Monteiro e Joana Rosa

Uma co-produção | Companhia João Garcia Miguel | Teatro Ibérico | DGARTES | Governo de Portugal | Junta de Freguesia do Beato | IEFP | Teatro Aveirense de Aveiro | Teatro-Cine de Torres Vedras | Teatro das Figuras de Faro | Cine Teatro António Lamoso de Santa Maria da Feira | Convento de São Francisco de Coimbra | Teatro José Lúcio da Silva de Leiria | Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas

NOTAS BIOGRÁFICAS

Companhia João Garcia Miguel

Liberdade e Teatro são os dois eixos que presidem às nossas atividades de criação, formação e difusão. Estes dois conceitos movem-nos pela importância que, em interação, produzem na sociedade em que vivemos, contribuindo para o crescimento e melhoria dos indivíduos na busca de um projeto de humanidade, partilhado através do investimento na criatividade com base na diferença e na capacidade de mudança dos mundos em que vivemos. Acreditamos que o exercício diário de conquista da liberdade individual é concomitante com o aumento da liberdade do que nos rodeia. É esse o binómio que delimita e define a qualidade e ambição do que somos e do que desejamos: que os outros possam ser cada vez mais livres.

Francisco Luís Parreira (1965)

Doutorado em Ciências da Comunicação, na especialidade de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias (UNL, 2012); grau de Mestre na mesma especialidade e instituição; licenciatura em Filosofia (FLUL, 1987); pós-graduação em Ciências Diplomáticas (ISCSP, 1989). Até 2015, foi diretor e docente do curso de Artes Performativas e Tecnologias da ULHT e sub-diretor do curso de Artes Dramáticas – Formação de Atores da ULP. Naquela Universidade, foi também docente nas licenciaturas de Artes Plásticas, Comunicação e Artes, Ciência e Tecnologia do Som, bem como nos doutoramentos de Filosofia e de Ciências da Comunicação. Foi professor convidado no Mestrado e na Licenciatura de Teatro da ESAD-IPL. A suas áreas de ensino, produção, comunicação e publicação académica são a teoria política, a estética, a teoria da cultura e as artes performativas. Como autor e dramaturgo, colaborou com as companhias Pogo, Artistas Unidos, Primeiros Sintomas, Teatrosfera, Teatromosca, Assédio, Meridional e JGM. Publicou poesia e teatro. É responsável pela edição crítica em língua portuguesa do épico babilónico de Gilgames. Tem atividade como guionista e artista plástico. Exerceu crítica literária no jornal Público. Traduziu, para a cena ou para edição, entre outros, Beckett, Yeats, Bernhard, Rilke e Pinter.

João Garcia Miguel (1961)

Inicia a carreira profissional nos anos 80 percorrendo diferentes expressões artísticas. É um dos fundadores dos coletivos artísticos: Canibalismo Cósmico, Galeria Zé dos Bois e OLHO – Associação Teatral, da qual foi diretor artístico entre 1991 e 2002. Em 2003 fundou a Companhia JGM e inicia percurso como artista investigador. Em 2008 é nomeado Diretor Artístico do Teatro–Cine de Torres Vedras. É artista associado do Actor’s Center de Roma e Milão, Itália. Desde 2002 envolveu-se numa vertente académica ligando-se à docência e à investigação. Desde 2007 desenvolve investigação, na Universidade de Alcalá de Henares, na Universidade de Granada e agora na FBAUL, Faculdades de Belas Artes de Lisboa centrando a sua tese sobre o corpo do artista e as noções de sacrifício e empatia. Recebeu em 2008 o prémio FAD Sebastià Gasch e em 2013 o prémio de melhor espetáculo do ano com Yerma pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Mário Laginha (1960)

Com uma carreira que leva já mais de duas décadas, Mário Laginha é habitualmente conotado com o mundo do jazz. Mas se é verdade que os primórdios do seu percurso têm um cunho predominantemente jazzístico – foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa (1984), criou o decateto Mário Laginha (1987) e lidera ainda hoje um trio com o seu nome -, o universo musical que construiu com a cantora Maria João é um tributo às músicas que sempre o tocaram, a começar pelo jazz e passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pela pop e o rock, sem esquecer as bases clássicas que presidiram à sua formação académica e que acabariam por ditar o seu primeiro e tardio projeto a solo, inspirado em Bach (Canções e Fugas, de 2006).

Mário Laginha tem articulado uma forte personalidade musical com uma vontade imensa de partilhar a sua arte com outros músicos e criadores. Desde logo, com Maria João, de que resultou um dos projetos mais consistentes e originais da música portuguesa, com mais de uma dezena de discos e muitas centenas de concertos em salas e festivais um pouco por todo o mundo (festivais de Jazz de Montreux, do Mar do Norte, de San Sebastian, de Montreal… ).

Em finais da década de oitenta, em parceria com o pianista clássico Pedro Burmester, com quem gravaria um disco, uma dupla que seria alargada a Bernardo Sassetti em 2007 no projecto “3 pianos”, com a gravação de um CD e um DVD, além de uma dezena de concertos com fortíssima repercussão na crítica e no público. Até ao seu inesperado desaparecimento, Bernardo Sassetti foi, de resto, um parceiro e cúmplice de Mário Laginha em muitas dezenas de concertos e em dois discos gravados, o último dos quais dedicado à música de José Afonso.

Com uma sólida formação clássica, Mário Laginha tem escrito para formações tão diversas como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Big Band de Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de Hannover, Orquestra Metropolitana de Lisboa o Remix Ensemble da Casa da Música, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Sinfónica do Porto. E tem tocado, em palco ou em estúdio, com músicos excecionais como Wolfgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson, Django Bates, entre outros. Compõe também para cinema e teatro.

A obra mais recente do trio partilhado com Bernardo Moreira e Alexandre Frazão é “Mongrel”, um trabalho que partiu de temas originais de Chopin, transformados para a linguagem pessoal do pianista. “Iridescente”, gravado na Fundação Calouste Gulbenkian, é a sua última aventura musical com a cantora Maria João. Em finais de 2013, Mário Laginha e o seu Novo Trio com o guitarrista Miguel Amaral e o contrabaixista Bernardo Moreira lançaram “Terra Seca”, um disco que desbrava novos caminhos para o jazz e a música portuguesa.

Sara Ribeiro (1986)

Sara Ribeiro, filha de pai pintor e mãe coragem. O seu trabalho e vida caminham entre as artes performativas, a música e a poesia. Caminho que oscila sobre o risco, o caos e a magia do encontro com o público. Um caminho de procura do intérprete, sobre as suas múltiplas formas, conteúdos alquímicos e comunicantes, da realidade interior e do todo lá fora. Tem desenvolvido nos últimos 8 anos um intenso trabalho enquanto atriz e criadora multidisciplinar com a Companhia João Garcia Miguel. Recebe em 2013, ao lado de Miguel Borges, João Garcia Miguel e Cachupa Psicadélica, o prémio SPA de melhor peça do ano com o espetáculo “Yerma”. Na últimos anos Sara Ribeiro tem pisado muitos dos importantes palcos em Portugal e vários teatros e festivais na Europa, América do Sul e África, com destaque para as digressões com a Cia JGM no Brasil e as recentes atuações em Angola. Paralelamente ao trabalho em teatro, Sara Ribeiro tem surgido nos mais diversos contextos enquanto cantora e performer, marcando públicos e a critica especializada um pouco por todo o mundo. Formando em 2014 a banda LOS NEGROS (com membros de Criatura, Red Trio, Terrakota, Banda do Mar e Pás de Problème). Dos quase 10 anos de carreira destacam-se os encontros e trabalho com Fátima Miranda, Custódia Gallego, Alberto Lopes, Miguel Borges, Rui Gato, Hernâni Faustino e Gil Dionísio com quem cria a escola CASA CORAÇÃO e a agência SENTIMIENTO FUERTE em conjunto com Alexandre Bernardo, Edgar Valente e Joana Guerra.

David Pereira Bastos (1978)

David Pereira Bastos. Lisboa, 36 anos. Curso de Atores da ESTC. Inicia-se no CITAC, em Coimbra, onde trabalha com Bruno Schiappa, João Grosso, Carlos Curto, Teresa Faria. Em Lisboa, desde 2001, trabalhou como ator sob a direção de Nuno Pino Custódio, Filipe Crawford, Claudio Hochman, Jorge Fraga, José Peixoto, João Brites, Mónica Calle, Ricardo Aibéo, Gonçalo Amorim, Jorge Silva Melo, Miguel Seabra, João Garcia Miguel, Jorge Andrade. Em cinema, filmou com João Constâncio, Manuel Pureza e João Salaviza. Encenou espetáculos a partir de Peter Handke, Tchèkhov, Shakespeare, Beckett, Thomas Bernard, para a Casa Conveniente, Teatro Maria Matos e TEUC (Coimbra).

Rute Osório de Castro (1978)

Rute Osório de Castro nasceu em Lisboa, apaixonada pela natureza e pelas Artes Plásticas inicia o seu percurso profissional como Educadora pela Arte em 1999. Paralelamente tem vindo a desenvolver um trabalho profundo de pesquisa das antigas tradições místicas e oraculares incidindo especialmente no estudo das artes divinatórias, e das práticas do Sagrado Feminino. Trabalha atualmente como artista plástica, figurinista, formadora e Arte terapeuta facilitando o processo de empoderamento e de desenvolvimento pessoal da mulher através do Projeto: “Útero em Flor” onde dinamiza cursos e círculos sagrados femininos.

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