Exposições | Bienal Walk&Talk

Inauguração

26 set. 2025
21H00

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EXPOSIÇÕES 

BIENAL WALK&TALK | GESTOS DE ABUNDÂNCIA

25 set – 30 nov. 2025

 

INAUGURAÇÃO 26 set | 21h00

Entrada livre

 

O Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas juntou-se à Bienal Walk&Talk e irá acolher duas novas exposições, que inauguram no próximo dia 26 de setembro, às 21h00.

A Bienal Walk&Talk terá esta sua primeira edição entre 25 de setembro e 30 de novembro de 2025, na ilha de São Miguel, Açores. Ao longo destes dois meses, convida a estar–com a ilha e a participar numa programação expandida que inclui exposições, performances, instalações, excursões, encontros, festas e momentos de escuta e aprendizagem. Mais de 80 artistas, curadores e especialistas estão envolvidos na criação de novos projetos com e para este território, colaborando com entidades e comunidades locais. A Bienal vai ocupar espaços naturais e urbanos, museus e centros culturais, mas também criar novos contextos de partilha e criação. No centro deste processo, a pergunta: como podemos mudar a nossa perceção de escassez para uma de abundância cooperativa?

Na estação do Arquipélago, reúne-se um conjunto de obras que atravessam o tangível e o imaterial, convocando presenças não visíveis, narrativas silenciadas e cosmologias que escapam às lógicas dominantes da história, da ciência ou da religião. Esta exposição não propõe explicações, mas invocações — onde abundância se revela como potencial poético, espiritual e simbólico.

Os trabalhos aqui apresentados acionam linguagens sensíveis para aceder ao que está ausente ou foi apagado: seja através da reimaginação de figuras esquecidas, como Vitoria, evocada por Ebun Sodipo, ou Madre Margarida, recriada por Alice Visentin; seja através de práticas especulativas que reinventam devoções, como os ex-votos de Walla Capelobo ou os estandartes transformados da Coletiva MALVA. Há ainda obras que sugerem fluxos vibratórios ou alquimias materiais, como em Beatriz Brum, Gala Porras-Kim ou Sílvia Mariotti — onde o invisível se torna forma, pigmento, respiração ou fungo.

Com diferentes vozes, geografias e temporalidades, este conjunto afirma que há outros modos de conhecer e de estar: através da evocação, da imaginação ritual, da escuta dos sinais subtis. Entre fragmento, altar, canto ou miragem, o que aqui se apresenta são gestos que não fixam, mas ampliam — o campo do possível, do sensível e do relacional.transformação. Silvia Mariotti constrói um cenário onde o mineral, o vegetal e o tempo se fundem em ecologias ficcionadas. Em diálogo, as obras da Coleção CCC intensificam esta paisagem porosa e vibrátil.

 

EXPOSIÇÃO | Gestos de Abundância: (Estação) Arquipélago

Artistas

ALICE VISENTIN, WALLA CAPELOBO, EBUN SODIPO, COLECTIVA MALVA, GALA PORRAS-KIM, JANE JIN KAISEN, BEATRIZ BRUM, SILVIA MARIOTTI

Alice Visentin é uma artista italiana que explora a realidade como uma dimensão mutável, transformada pelas interações entre corpos e palavras, sonhos e murmúrios. Através do seu trabalho, investiga a capacidade geradora da imaginação e a possibilidade de aceder a outros níveis de percepção e experiência, guiada por uma compreensão intuitiva das coisas proporcionada por encontros com o outro. Recentemente, apresentou exposições individuais na Gió Marconi Gallery, Milão (2024), e na Sundy, Londres (2024). Participou também em exposições coletivas, incluindo “Espressioni con Frazioni” no Castello di Rivoli, Turim (2022). Em 2023, recebeu uma bolsa de Artes Visuais na American Academy in Rome. ​


Walla Capelobo é uma floresta escura e lama fértil. Artista multidisciplinar que trabalha com cerâmica, instalações, vídeos, textos, oficinas e performances. O trabalho de Capelobo é caracterizado pelo tempo, o fluxo de energia física e/ou espiritual que envolve a terra através da troca de minerais, tecnologias e regenerações.

— a artista foi selecionada através da Open Call lançada em 2024

Ebun Sodipo é uma artista e escritora que cria obras para as pessoas trans negras do futuro. Guiada pelo estudo feminista negro e por uma metodologia de colagem e fabulação, o seu trabalho localiza e produz narrativas reais e imagináveis sobre a presença, corporalidade e interioridade das mulheres trans negras ao longo do passado, presente e futuro. Ao fazer isso, Ebun Sodipo preenche lacunas históricas para criar momentos de prazer arquivístico para pessoas trans negras. O seu trabalho desenvolve-se em múltiplos espaços: galerias, festivais, teatro, digital e impresso.

A Colectiva MALVA agrega, de forma transdisciplinar, pesquisa, curadoria e práticas artísticas ao trabalho do pensamento, escuta e escrita. Nasce da aproximação das vontades profundas de sentir, pensar, ouvir e retomar ancestralidades de Ellen Pirá Wassu e Mar/ta Espiridião. É deste encontro no território português que surge uma vontade de aprofundar formas de relacionalidade que extrapolam territórios e fronteiras, através de metodologias de diálogo e troca de conhecimentos com vários públicos para interrogar estruturas de poder e significação, articulando e nutrindo a interseção de subjetividades e sensibilidades partilhadas. O projeto desenvolve estratégias dissidentes para resistir ao fim da humanidade, e tenta imaginar o prenúncio do começo de outros mundos.

Gala Porras-Kim vive e trabalha entre Los Angeles e Londres. O seu trabalho aborda os contextos sociais e políticos que influenciam a forma como a história foi estruturada através dos campos da linguística, história e conservação. A sua obra considera a forma como as instituições moldam os códigos e formas herdados e, por outro lado, como os objetos podem moldar os contextos nos quais são colocados.

Jane Jin Kaisen é artista visual, realizadora e professora na Royal Danish Academy of Fine Arts. A sua prática artística, que abrange a instalação de vídeo, filme experimental narrativo, instalação fotográfica, performance e texto, baseia-se numa extensa investigação interdisciplinar, em colaborações criativas e no diálogo com diversas comunidades. É conhecida pelas suas obras feministas visualmente marcantes e com várias camadas, performativas, poéticas e com várias vozes, através das quais o passado e o presente são relacionados.

Abordando temas como a memória, migração, fronteiras e tradução, a artista ativa o campo onde a experiência vivida e o conhecimento corporal se cruzam com histórias políticas maiores. O seu trabalho também se debruça sobre a natureza e os espaços insulares, cosmologias, reformulações de mitos e envolvimento com práticas rituais e espirituais. Trabalhando a partir dos limiares de meios e formas, disciplinas e sensibilidades, as suas obras destabilizam concepções lineares de tempo e hierarquias de conhecimento. Negociando e mediando os meios de representação, resistência e reconhecimento, a artista investe no contorno de genealogias alternativas e locais de emergência colectiva.

Beatriz Brum é uma artista visual que desenvolve a sua pesquisa em torno da luz, através de processos e experiências que questionam a sua materialidade, limites e formas. Em 2015 venceu o prémio Jovens Criadores do Walk&Talk.

Silvia Mariotti vive e trabalha em Milão. A sua investigação desenvolve-se através da sobreposição de elementos provenientes da história, da literatura e de símbolos culturais e sociais – fragmentos que evocam uma sensação de irrealidade, suspensos entre o mistério e a marginalidade. Silvia explora a ambivalência e a suspensão temporal através da fotografia e da escultura, convidando a múltiplas camadas de interpretação.

 

EXPOSIÇÃO : Geoteluric Orisons of Saltborn Reveries

Artistas

CARA LAVADA, ALEX FURTADO, GONÇALO BERNARDO/ CALO DO MAR E DA TERRA, CATARINA REGO MARTINS

O CARA LAVADA é um jovem coletivo de intervenção, criação e produção artística, interdisciplinar, experimental e contumaz da cidade de Ponta Delgada. As suas práticas exploram os limites de realidades sócio-políticas coletivas, partindo de lugares comuns e de identidade.

— o Coletivo CARA LAVADA foi selecionado para a Bolsa de Programação da Bienal Walk&Talk, através da Open Call de Programação lançada em 2024

Alex Furtado é um artista visual nascido no Canadá cuja prática escultórica combina frequentemente objetos achados com métodos tradicionais. A sua investigação incide sobre a psique humana e a forma como esta se exprime através da casa, do trabalho, das memórias e das posses. O seu trabalho baseia-se na exploração do desejo, do fracasso e de uma sensação de incompletude, tanto interior como exterior, dos indivíduos. Através de arranjos e composições que visualizam os conceitos emocionais de “sehnsucht” e “saudade”, procura comunicar experiências ambivalentes que desafiam a noção de que uma vida ou ação singular possa ser alguma vez completa.

Gonçalo Bernardo/”ÇALO DO MAR E DA TERRA”  é compositor, produtor de Artes Digitais e investigador na área da música computacional e as suas tecnologias criativas. Atua como Engenheiro de Software de Áudio a desenvolver plugins e efeitos sonoros para músicos e produtores (ARTURIA, Sound Particles). O seu trabalho artístico cruza programação e composição generativa assistida como criação de instalações sonoras imersivas em áudio espacial. Com uma abordagem transdisciplinar, explora a tensão entre o orgânico e o digital de onde parte de um passado clássico, e de rigor no processamento de sinal. Como investigador conta com publicações científicas focadas em sistemas musicais generativos para durações indefinidas, com especial ênfase na criação de paisagens sonoras computacionais.

Catarina Rego Martins nasceu e cresceu na ilha de São Miguel. O seu trabalho gráfico foca-se em tipografia e identidade visual, com um toque de ironia, criando visuais que provocam reflexão e desafiam convenções. A sua prática artística parte das pequenas coisas do quotidiano e das interações sociais subtis — momentos que, embora muitas vezes passem despercebidos, revelam com autenticidade a complexidade da condição humana. Com o propósito de tornar a arte mais acessível e inclusiva, adota abordagens simples que despertam o olhar crítico do público, convidando-o a envolver-se ativamente numa reflexão sobre o mundo que o rodeia.

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