Arquipélago já navega nos Açores

Expresso

22-05-2015 News link

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Há pouco mais de um mês abriu portas. Para mostrar, tinha apenas o trabalho de arquitetura desenvolvido pelo gabinete portuense “Menos é Mais”. Concluído há mais de um ano, o edifício estava a transformar-se num caso complexo, com muita intriga à volta da circunstância de permanecer de costas voltadas para a arte e para o mundo um investimento superior a €13 milhões. Agora é o tempo de se mostrar recheado. A partir desta sexta-feira, o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas dos Açores, na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, apresenta a sua primeira exposição.

A curadoria é de João Silvério, as obras escolhidas são no essencial de autores açorianos, uns já consagrados, outros ainda à procura de caminhos. Intitulada “Pontos Colaterais – Coleção Arte Contemporânea Arquipélago, uma seleção”, a exposição é feita através de uma parceria com a Fundação Luso-Americana de Desenvolvimento (FLAD). Para este dia de inauguração está previsto também um concerto com Gisela. A mostra abre com as tradicionais “Sopas do Espírito Santo”, por ser uma exposição que a par da Arte Contemporânea também se associa à temática do Espírito Santo, enquanto elemento aglutinar das nove ilhas do arquipélago.

Com um orçamento de €1 milhão para este ano, o arquipélago implicou um investimento de €13 milhões e propõe-se, segundo a sua diretora, Fátima Marques Pereira, no cargo há dois meses, organizar-se a partir da exploração de quatro eixos geográficos: as ilhas atlânticas, as américas, África e Europa.

O Centro, uma estrutura com múltiplas valências, um pouco à semelhança do Centro Cultural de Belém, vai incentivar residências artísticas, mas, como assegura Nuno Ribeiro Lopes, diretor-geral das artes dos Açores, pretende que os artistas façam um trabalho associado à comunidade e pensado num território diferente.

Fátima Marques Pereira, apesar de estar a trabalhar num projeto visto ainda como um recém-nascido, onde tudo está a ser construído do zero, sublinha ainda assim o facto de ser “um edifício quase único em Portugal”, por estar preparado para o teatro, para a dança, para a performance, para acolher um serviço educativo e dispor de uma biblioteca, além dos espaços expositivos, constituídos por três grandes salas e 24 salinhas, distribuídas por dois corredores com vista para o mar.

Além disso, a circunstância de ter sido nomeado para o prémio Mies van der Rohe provocou desde logo um interesse acrescido pelo edifício e pela sua proposta arquitetónica.