Projeto DESAGUAR

Inauguração exposição

20 set. 2025
16h00
16h00

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EXPOSIÇÃO

Projeto DESAGUAR 

20 set. 2025

Inauguração | 16h00


DESAGUAR
é um projeto de criação, mediação e circulação artísticas que atravessa margens e desafia centros, unindo três territórios cuja identidade se entrelaça com a água — Vila Nova de Cerveira, Loulé e São Miguel — através de uma rede de relações e pontes entre práticas artísticas e contextos periféricos.

Propõe uma aproximação plural à água: como presença simbólica, recurso ecológico e canal de deslocamento — físico, afetivo ou identitário. Presente em rituais, cosmologias e na geografia dos corpos e das paisagens, a água carrega um poder simbólico que atravessa culturas. Em DESAGUAR, essa dimensão entrelaça-se com as urgências do presente, por meio de práticas que pensam com os lugares e os fluxos — visíveis e invisíveis — que os moldam.

Nas residências artísticas, oficinas e exposições do projeto, seis artistas foram desafiados a desaguar num território estranho, a habitar temporariamente o seu tempo e ritmo, criando a partir das suas fontes, tanto materiais como intangíveis. As obras surgem como depósitos sensíveis de histórias, saberes e inquietações. Numa geopoética que invoca tanto gestos de subsistência como de ritual, o projeto questiona lógicas de centro e periferia, propondo um pensamento fluido, um circuito de escuta, criação e partilha, onde a água deixa de ser pano de fundo para tornar-se agente e linguagem comum.

Curadoria: Mafalda Santos (FBAC), João Serrão e Mirian Tavares (Loulé), Jesse James (A-CAC)
Artistas: Ana Maria Pintora, Bertílio Martins, João Amado, Margarida Andrade, Milita Doré e Patrícia Oliveira.

 

NOTAS BIOGRÁFICAS

Ana Maria Pintora (1959), nasce em Lisboa e estuda Filosofia na Universidade do Porto. Atualmente reside em Vila Nova de Cerveira. Desde 1976 que colabora em atividades ligadas ao espetáculo; animações culturais, performances e teatro de fantoches. Fundou a “associação cultural da granja” e participou ativamente na Cooperativa Nascente-Espinho, nomeadamente durante o período de implementação do FAOJ. Em 1982 inicia a sua atividade como docente de Filosofia, tendo ao mesmo tempo desenvolvido a sua carreira artística em diversos domínios das Artes Visuais, promovendo oficinas de arte e workshops com vista à valorização da arte e da filosofia como modelos de critica e reflexão social. Participa em exposições individuais e coletivas tanto em Portugal como no estrangeiro e passa a estar representada em numerosas coleções particulares e instituições públicas. Nos últimos anos o seu trabalho é apresentado no Japão, Polónia, Turquia, Brasil.

 

Bertílio Martins, nasceu em Tavira em 1984. Licenciado em Artes Visuais pela Universidade do Algarve (2011), concluiu em 2016 o Mestrado em Comunicação, Cultura e Artes na mesma instituição. O seu interesse pelo corpo humano e pelo uso expressivo da tinta-da-china, médium que lhe permite explorar uma ampla gama de densidades e transparências, dá origem a composições onde fragmentos corpóreos flutuam ou submergem em atmosferas líquidas. Neste ambiente aquoso, os corpos tornam-se simultaneamente presença e ausência, evocando estados de suspensão entre o fim e o renascimento da existência.

 

João Amado, (1992), natural de São Miguel (Açores), é um artista visual autodidata que trabalha com a recolha, o colecionismo, a reinterpretação, e a recontextualização de imagens, e de objetos do mundo popular-tradicional e natural. O seu trabalho é marcado por uma estética e linguagem neossurrealistas, e convida a uma sensação de viagem à fantasia, ao onírico, ao transcendente. Tem vindo a expor a partir de 2019, tendo marcado a sua primeira exposição individual a nível institucional em 2021, com Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara no Arquipélago – centro de artes contemporâneas.

 

Margarida Andrade, (1996), Ponta Delgada, Açores. A artista parte da procura por práticas ambientalmente sustentáveis para assumir uma faceta autocrítica, procurando aliar a criação artística a projetos de cariz comunitário. Das exposições individuais, destacam-se: No futuro também se usavam pincéis no ACAC (2022), onde lançou o livro “A Décima Ilha” e um herbário de plantas por nascer na Galeria Fonseca Macedo (2023). Desde 2024, com o projeto “não me esqueças”, Margarida tem saído dos espaços expositivos convencionais para realizar caminhadas comunitárias que, a partir do luto, convidam a adotar novas formas de nos relacionarmos com o Planeta. Deste projeto, surge um conjunto de trabalhos sobre a distribuição hídrica em Portugal, de onde se incluem as obras do projeto “Desaguar”.

 

Milita Doré é natural de Albufeira e vive os seus primeiros 30 anos em França. Atualmente trabalha no Algarve. Interessa-se pela condição humana no contexto psicológico e social e utiliza vários meios de expressão. Frequentou as aulas de Teoria da Estética no Ar.Co e participou no Curso Experimental de Arte Contemporânea MOBILEHOME organizado por Nuno Faria. É Licenciada em Artes Visuais pela UALG em 2018 onde também concluiu o Mestrado em Processos de Criação em 2025. Expõe regularmente desde 2004 e é membro das Associações 289 e Alfaia.

 

Patrícia Oliveira, (1983) é escultora e professora na Escola de Arte, Arquitetura e Design da Universidade do Minho. Natural de Monção, é mestre em escultura pela Universidade do Porto. Os seus projetos transdisciplinares, focam-se no espaço social público e nas questões de corpo, performatividade, género e intimidade através dos quais investiga o sentido de comunidade, de pertença, do social  e das relações materiais, técnicas e históricas  de produção entre o vidro, os têxteis e a cerâmica, para criar as suas narrativas próprias. No Alto Minho, criou a Manufatura de Fronteira, um projeto de criação e educação artísticas que se nutre e expande nas áreas da arte e do design – www.patriciaoliveira.pt

 

DESAGUAR é coordenado pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira (FBAC), em parceria com o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas (A-CAC) e a Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo (Câmara Municipal de Loulé), com apoio da RPAC – Programa de Apoio a Projetos 2023.

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