Sessão aberta – Marta Mestre

Isto não é um cubo

22 mar. 2025
10h30-12h30

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Isto não é um Cubo

Sessão aberta – Marta Mestre

22 mar. 2025

10h30-12h30

Entrada livre

No âmbito do projeto Isto não é um Cubo, que propõe repensar os modos de fazer e de olhar para a criação artística contemporânea, a curadora Marta Mestre traz uma intervenção essencial para a reflexão sobre o papel das instituições, da curadoria e do público na experiência atual.

A sua participação abre um espaço de diálogo sobre temas fundamentais como a relação entre arte e sagrado, a influência do consumo digital na fruição artística e os desafios da representatividade nos museus e coleções. Ao questionar a separação entre centro e periferia na produção artística, a convidada reforça a ideia de que qualquer território pode ser um espaço de criação e pensamento crítico, desmontando hierarquias impostas pelo sistema da arte.

Marta Mestre sublinhará a necessidade de tornar os museus mais transparentes e acessíveis, problematizando a forma como muitas coleções resultam de processos históricos marcados por desigualdades e extração colonial. A curadora vai destacar a importância de ressignificar esses acervos e de construir narrativas que incluam diferentes vozes e experiências, através de exemplos de Portugal e do Brasil, especialmente.

A discussão também abordará a tensão entre o mercado da arte e a criação artística como ferramenta de pensamento crítico, questionando até que ponto a arte pode realmente transformar a sociedade, distinguindo a sua capacidade de gerar consciência e debate da efetiva implementação de mudanças estruturais. Apesar das limitações, Marta Mestre procurará demonstrar como a arte continua a ser um espaço essencial para a criatividade e a experimentação, permitindo novas leituras sobre o mundo e sobre as relações de poder que nele operam. Serão abordados exemplos como as exposições “Farsa” (Sesc-Pompeia, São Paulo, 2020), “Problemas do primitivismo, a partir de Portugal” (CIAJG, Guimarães, 2024), nas quais Marta Mestre trabalhou.

Esta intervenção aberta ao público – num total de 9 ao longo da vida do projeto “Isto não é um Cubo” – estimula uma reflexão coletiva e participativa sobre o lugar da arte contemporânea na sociedade e incita os participantes a pensar o museu como um espaço vivo e polifónico, e a curadoria como um exercício de mediação e de transformação.

O projeto “Isto não é um cubo” integra sessões mensais, abertas ao público, com especialistas da área das artes visuais, curadoria e programação. Estas sessões propõem ampliar a reflexão sobre estes tópicos e potenciar a discussão e pensamento crítico sobre outros modos e formatos para a apresentação de obras de arte em espaços culturais.

NOTA BIOGRÁFICA

Marta Mestre é curadora e pesquisadora em arte contemporânea, com trabalho desenvolvido em instituições culturais, maioritariamente em Portugal e no Brasil. É formada em História da Arte e em Cultura e Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal e pela Université d´Avignon, França. Actualmente é curadora do MAC/ CCB, Lisboa. Foi diretora artística do Centro Internacional das Artes José de Guimarães/CIAJG, em Guimarães (2020-24), curadora do Instituto Inhotim (2016-17), curadora-assistente no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2010-16) e curadora-convidada na Escola de Arte Parque Lage (2015), no Rio de Janeiro, Brasil. Foi co-curadora, com Ángel C. Ulloa, de “O Fantasma da Liberdade”/ Anozero Bienal de Coimbra 2024. Escreve regularmente sobre o trabalho de artistas, para instituições e publicações especializadas. É membro do CIMAM/ Comité Internacional de Museus e Colecções de Arte Moderna. Foi membro externo do Conselho Geral da Universidade do Minho (2021-22). Como docente convidada, colabora com várias universidades, e é regularmente convidada para integrar comissões de júris de programas de Artes Visuais e Coleções nacionais e internacionais.

 

Isto não é um cubo é um projeto desenvolvido em coprogramação pela Pó de Vir a Ser (Évora), pela Culturgest (Lisboa) e Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas (São Miguel) . As estruturas artísticas convidadas são OSSO, Space Transcribers e Teatro do Frio. O projeto é apoiado pela República Portuguesa – Cultura / DGArtes Direção Geral das Artes no âmbito da RPAC – Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.

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